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Capítulo 1- Um príncipe nada
modesto
Era
uma vez um príncipe chamado Rick
Bastav Kilan. Ele tinha uma boa e tranquila vida no palácio real de Filadélfia,
não tendo mais o que fazer a não ser desfrutar do descanso e dos banquetes do
palácio.
- É isso mesmo. A vida está monótona
para mim. A única coisa que eu gosto de fazer é os treinos diários de batalha.
Sempre com o traje real, o príncipe de Rick
encantava as damas do reino: desde as plebeias até as princesas de outros
reinos. Ele tinha cabelo escuro e era bem atlético, pois todos os que têm o
sangue real herdam grande força, esperteza e espírito de liderança.
Ele sempre conseguiu ganhar batalhas
contra dragões ou magos malvados, mas tem uma que ele ainda não conseguiu. Fez
um ano que o governante de Mavidelle era Crowell, o mago mais poderoso e cruel
do mundo. Cinco cavaleiros e guardas reais já foram enviados para lá, mas não
se ouviram mais notícias sobre eles. O príncipe estava pensando em ir até o
Castelo da Liderança e derrotar o mago.
Mas
o príncipe Rick não se importava em nada com Mavidelle, ela que se ferrasse,
Filadélfia era muito melhor. Na verdade a única coisa que ele queria com essa
jornada era o coração da princesa Lilian Delcordoba Carmesin, a herdeira do
trono de Mavidelle que está presa na torre.
Princesa
Lilian. Ele não a conhecia, mas já olhou vários quadros dela. Ela era alta,
magra, tinha cabelos loiros, encaracolados e compridos. Ela era simplesmente
perfeita. E a personalidade? Quem quer saber disso? Afinal, o que importa para
o príncipe é a aparência. A sua futura esposa tinha que ser da realeza e estar
em seu nível de beleza. Ou melhor, quase a seu nível, pois não existia ninguém
em todo o mundo que fosse tão lindo quanto ele.
E
ele foi falar a seu pai Fillipe Dincomberg Kilan sobre a sua decisão:
-
Pai, o que você acha de um novo desafio para mim, para eu provar que sou digno
do trono de Filadélfia?
-
Rick, você não precisa de mais um desafio, já provou que é digno do trono com
suas outras batalhas. Agora, se você quiser fazer isso para seguir seu senso de
justiça, tudo bem. Fico orgulhoso de meu filho.
-
Valeu! Sabe aonde desejo ir? Vou desafiar tudo e a todos para ir ao Castelo da
Liderança em Mavidelle salvar a princesa Lilian!
O
rei preocupou-se:
-
Ah não, não... Lá é muito perigoso. Já foram mandados cinco dos melhores cavaleiros
para lá e não se recebeu mais notícias deles. Em Mavidelle existem muitos
dragões, de todos os tipos! Lembra as quatro cores de dragões, que eu te
contei?
-
Claro que lembro! Mas o senhor está me subestimando! Está dizendo que seu filho
e herdeiro do trono com sangue real não é melhor que cinco cavaleiros fracotes?
Pai, eu sou melhor do que isso!
-
Não eram cinco cavaleiros fracotes, eram os melhores do reino! Não vou deixar
você ir até o Castelo da Liderança. Perder meu filho é a última coisa que eu
quero. Quem vai governar depois de mim?
-
Pai!!! Eu amo a princesa Lilian, me deixe salvá-la, eu sou melhor do que você
pensa!
O
rei Fillipe suspirou.
-
Tudo bem, eu deixo você partir, desde que leve um amigo para te ajudar. Pegue
suprimentos na cozinha.
-
Muito obrigado! O senhor é o melhor pai do mundo.
E
o príncipe foi correndo apressado até a cozinha.
Tudo
pronto para sair. O príncipe Rick estava vestido com o traje real vermelho
clássico, com o seu chapéu verde que tem uma pena vermelha de aventureiro. Ele
também estava equipado com uma espada estilosa e o mapa do caminho para
Mavidelle. No lombo de seu cavalo estava sua mochila com suprimentos e os
biscoitos queimados que a cozinheira sempre fazia.
Seu
amigo Gordon concordou em ajuda-lo no caminho. Gordon era muito bom em criar e
encantar armas, assim ficavam muito mais poderosas.
-
Ainda bem que se lembrou de mim, príncipe Rick! Você sabe que não perco uma
aventura.
-
Pois é. Mas esta será muito mais perigosa que todas as que você já enfrentou,
diferente de tudo o que você já viu.
-
Está querendo botar medo em mim, né?
-
Ah, Gordon – O príncipe riu – Não dá pra brincar com você!
Rick
montou em seu cavalo branco puro-sangue que tem grafado em seu pelo com tinta
permanente ‘Príncipe Rick’ e o brasão da Filadélfia. Gordon montou em seu
cavalo preto com manchas brancas.
Fillipe
Dincomberg Kilan estava acenando pela janela do castelo, despedindo-se de seu
filho, talvez pela última vez. Rick também acenou e os cavalos começaram a
cavalgar.
Gordon
ficou curioso:
-
Príncipe, e a sua mãe? Por que nunca a vi?
Rick
lançou um olhar fuzilante para Gordon, para que ele não se atrevesse a
perguntar novamente. Ele não precisava saber sobre a sua vida só porque o
ajudaria nessa jornada.
Eles
ficaram em silêncio por um longo tempo, sendo seguidos por plebeus que queriam
conhecer o príncipe.
-
Príncipe, príncipe! Casa comigo!!!
-
Vossa alteza poderia aparecer na minha casa mais tarde para uma reunião de
negócios? Tenho uma grande produção de espigas de milho para o seu cavalo!
-
Ahhh!!! Eu vou desmaiar!
Ah,
fãs. Até que Rick gostava deles, serviam para inflar ainda mais seu ego.
-
Não agora, plebeus. Eu estou indo salvar a princesa de Mavidelle!
Ouviu-se
um grande ‘Ohhhhhh!!!’ e então Rick e Gordon puderam acelerar com seus cavalos
em direção à floresta, deixando a multidão para trás.
-
Gordon, eles ainda estão nos seguindo?
-
Não, alteza. Ficaram comendo poeira.
Eles
diminuíram a velocidade e os cavalos estavam trotando.
-
Então, qual é o primeiro desafio? – Gordon perguntou.
Rick
tirou o mapa da mochila.
-
Bom, de acordo com o mapa, daqui a cinco quilômetros estaremos no Pântano do Sufoco.
-
E você tem ideia do que vai ter lá?
-
Deve ter muita areia movediça e cobras. E pra você sou vossa alteza.
Gordon
suspirou. Era difícil aturar alguém tão convencido. Às vezes era difícil
acreditar que ele era amigo de Rick. Parecia mais um empregado.
Capítulo
2- William e Wallace
William
e Wallace. Quem
pode ser? Isso você só saberá lendo o capítulo (Nããããão, imagina. Eu não sabia
disso, muito obrigado). Ok, chega de enrolação, vamos ver os nossos heróis.
-
Príncipe Rick, o Bartolomeu precisa descansar.
-
Bartolomeu? Quem é esse cara?
-
Bartolomeu é o meu cavalo! E está morrendo de fome.
-
Tudo bem, já são seis horas mesmo. Vamos dormir aqui e amanhã continuamos.
Os
dois pegaram os seus sacos de dormir e estavam montando uma fogueira. Gordon
bocejou.
-
Então amanhã vamos ao Pântano do Sufoco. É de tirar o fôlego.
-
Pois é – Rick respondeu – Amanhã.
E
se enfiou em seu saco de dormir. Ele estava quase dormindo quando Gordon o
perturbou:
-
Ei, a alteza ouviu este barulho? Deve ter alguém aqui.
-
Hahaha! Quer dizer que está com medo? O bicho papão está ali e vai te pegar. É
melhor fugir.
-
Muito engraçado. Estou morrendo de rir. É sério, eu ouvi mesmo um barulho.
-
Vá lá ver, então. – O príncipe bocejou.
Gordon
levantou-se, relutante. Ele estava carregando o seu lampião encantado, que
acendia quando ele queria sem precisar de combustível.
-
Tem alguém aqui?
Ninguém
respondeu. Depois um barulho de galho quebrado veio à direita de Gordon.
-
Apareça! – Gordon diz segurando a sua espada.
À
sua direita surge um homem grande e musculoso, que parecia um lutador de boxe,
fazendo-o pular de susto e Rick se virar para ver.
-
Quem é você? O que faz aqui?
-
Sou William - Ele disse com uma voz possante – E estou aqui porque vou
atravessar o Pântano do Sufoco e salvar a princesa Lilian.
-
Que legal! Príncipe, temos um parceiro aqui!
-
Opa! Que parceiro?
-
Nós também queremos salvar a princesa!
-
Ah, mas não vão mesmo –William quase gritou – Ela vai se casar comigo!
-
Não! A princesa deve se casar com um príncipe, como eu, e não com um troglodita
como você! – Rick disse, levantando-se.
-
Mas quem chegar primeiro vai se casar com ela, e esse alguém serei eu! Venha,
Wallace!
Outro
homem tão grande e musculoso quanto ele saiu da esquerda. A única diferença era
que a cor da pele era um pouco mais escura.
-
Haha! Mas são só dois fracotes! Pensei que eram caras perigosos mesmo! – disse Wallace.
-
Esperem – Príncipe Rick disse – Vocês dois querem salvar a princesa, certo?
-
Sim – William e Wallace responderam.
-
E vocês dois querem se casar com ela, certo?
-
Sim!
-
Mas ela não pode se casar com dois caras ao mesmo tempo! O que vocês vão fazer?
-
Nós discutiremos isso depois. – William falou, batendo com a mão direita
fechada na mão esquerda aberta, olhando para Wallace – Mas enquanto não
chegamos lá, vamos fazer uma dupla. Vamos, maninho.
-
Maninho? Eu sou só um minuto mais novo que você!
-
E daí? Ainda sou mais velho. Agora vamos!
-
Tchau, otários! – Disse Wallace – E não se atrevam a nos seguir, senão...
Eles
saíram em direção ao pântano.
Isso
não era justo. Justamente quando Rick resolve salvar a princesa todos também
querem salvá-la. E seria melhor não se meter com aqueles dois homens
pré-históricos.
-
Vamos atrás deles. – O príncipe disse.
-
Mas já está anoitecendo! Tem certeza que quer continuar? – disse Gordon
-
Gordon, eu simplesmente não posso deixar aqueles dois chegarem antes de mim até
a princesa.
-
Oh, quanto drama. Vamos então.
E
assim na pouca luz que restava do dia eles foram seguindo em direção ao Pântano
do Sufoco.
Capítulo 3- O pântano do Sufoco
Eles
chegaram ao Pântano do Sufoco. Na verdade, não era tão diferente de um pântano comum. À
primeira vista.
Era
basicamente um grande lamaçal, com muitas árvores e alguns sapos. Nada de muito
aterrorizante.
Gordon
perguntou:
-
Já chegamos até o Pântano do Sufoco?
-
Sim. Com vocês, o Pântano do Sufoco!
Eles
ouviram um sapo coaxar.
-
Não é tão terrível quanto imaginei, mas deve ter areia movediça. Vamos ter que
deixar os cavalos para trás. – disse Gordon.
-
Mas eu não posso largar o Rex! Ele é inseparável!
-
Vai ter que largar a não ser que prefira deixar ele se afogar na lama ou areia
movediça. – Ele pegou suas coisas de cima do cavalo preto com manchas brancas.
-
Ok. – Rick também tirou suas coisas do cavalo - Vou o mandar voltar. Vai Rex!
Casa!
O
cavalo branco relinchou e foi correndo de volta e Bartolomeu o seguiu.
-
Certo, então vamos ter que atravessar o pântano? – Rick falou.
-
É, só não sei qual é o melhor jeito. Nadar não é, pois pode ter jacarés, além
da água enlameada. Podemos seguir pelos lugares secos.
Eles
foram seguindo pelo pantanal, tomando cuidado para não cair na lama e nem em
areia movediça. O pé de Gordon caiu na lama, mas ele o tirou rápido.
-
Tome mais cuidado. – Rick olhou para trás de Gordon – Oh não... Não!
Algo
marrom de lama começou a se levantar. A coisa não era marrom, era azul. Dois
olhos finos de réptil os fitaram.
-
Não! Era o que eu temia, um dragão azul! O único que consegue respirar na água!
O
dragão de cinco metros de comprimento começou a sair da água. Ele tinha
barbatanas no lugar onde estariam orelhas (se dragões tivessem orelhas), seu
rabo era uma cauda de peixe e suas escamas eram escorregadias. Suas patas
tinham garras, mas entre os dedos tinham membranas e em cima de seu pescoço até
o rabo tinha muitas barbatanas que pareciam lâminas. Ele examinou os dois
homens e começou a sair do lamaçal, urrando.
-
Venha! – Rick sacou sua espada – Não tenho medo de você!
-
Príncipe Rick! Pegue essa espada de fogo! É especial para matar dragões azuis!
A
espada tinha muito estilo: ela era vermelha como rubi e quando Rick girou o
cabo a espada começou a pegar fogo, mas o dragão não recuou.
GRAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUURRRRRRRRRRR
O
dragão pulou por cima de Rick e virou-se para ele, rosnando. Rick recuou um
pouco e caiu na lama até os joelhos, mas não perdeu a pose.
-
Gordon, me ajude!!! Gordon?
-
Areia movediça!!!
A
areia movediça se mexeu para fora do lugar de onde Gordon estava, formando uma
criatura gosmenta e bege. Ela se levantou e depois caiu em cima dele,
envolvendo-o.
-
Mas o que...
O
príncipe Rick também foi engolido pela lama.
Estava
tudo bege, ele não conseguia ver nada. Ele tinha morrido?
Não,
não. Ele foi engolido pela lama e era como estar dentro de uma gelatina, ele
não conseguia se mexer direito.
Onde
estava a espada de fogo? Não estava lá. Devia ter ficado lá fora. Nesse caso,
Rick pegou sua espada comum e tentou cortar a gosma.
Não
estava dando certo, sempre quando ele cortava um pouco o monstro se juntava
novamente.
Ele
soltou a espada e virou-se com esforço. Talvez conseguisse pegar algo útil
antes de ter problemas com o ar.
O
príncipe tomou um susto tão grande que quase deixou escapar o pouco ar que lhe
restava. Do outro lado da meleca tinha um esqueleto! Devia ser algum dos
cavaleiros que foram mandados para salvar a princesa.
‘Não tem jeito’. Rick pensou. ‘Eu acabarei como esse cavaleiro azarado, a
não ser que... Ah, já sei! A não ser que esse monstro tenha rejeição a certa
coisa como eu tenho’.
Ele
tirou de sua bolsa carteiro um dos biscoitos queimados da cozinheira e quase
imediatamente a coisa começou a vomitar suas entranhas.
Tudo
que estava dentro do monstro saiu: Um esqueleto, um príncipe convencido e a
espada dele. A gosma se misturou novamente à lama.
Quer
saber qual é o gosto de um monstro de areia? Rick descobriu, e não é nada bom.
Talvez ele mesmo vomitasse, mas não antes de salvar Gordon. Ele pegou outro
biscoito e jogou em cima da areia em que Gordon estava e ela começou a
borbulhar e se dissolver, deixando só o seu amigo lá.
Minha
nossa, ainda bem que ele não comeu aquilo. Imagine aquilo acontecendo com o seu
estômago. É... Não é nada agradável. Por isso ele jogou o resto dos biscoitos
no chão.
Gordon
levantou-se.
-
Nossa! Isso é tóxico mesmo! E o dragão azul? Foi embora?
-
Provavelmente. – O príncipe respondeu
O
dragão azul saiu de trás de uma árvore enlameada.
-
Ah, foi só falar.
O
dragão deu um urro que queria dizer: “Oba, lanchinho!” e saltou em cima de
Gordon, que bloqueou o ataque com a espada, mas o dragão continuava tentando o
arranhar e morder. Rick reagiu e pegou a espada de fogo:
-
Venha, seu bicho covarde!
O
bicho não hesitou e atacou–o, mas a espada de fogo o queimou.
GRAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUURRRRRRRRRRRR
-
É isso o que uma espada de fogo faz! Agora não se meta comigo!
Rick
pensou que isso ia acabar com o dragão, mas ele soltou uma rajada de gás
carbônico refrigerado, que acabou com o fogo e congelou a espada.
-
Opa...
O
dragão pulou em cima dele e o derrubou e ele conseguiu mantê-lo afastado com a
espada, mas infelizmente não por muito tempo. O dragão desviava da espada e
tentava mordê-lo, mas logo percebeu que era bobagem. Inspirou muito ar e sua
boca ficou iluminada. Ele ia soltar outra rajada de gás carbônico, porém
começou a recuar.
-
Finalmente esse dragão percebeu que eu ia matá-lo e...
-
Hã, príncipe... –Gordon interrompeu e apontou para trás dele.
Ele
se virou para olhar e uma figura alta falou:
-
Eu disse para não virem até aqui.
E em seguida um soco enorme
acertou seu rosto e ele desmaiou.
Capítulo 4- encarceirados
Sua
vista estava embaçada e ele estava um pouco tonto. Sua visão se ajustou e ele
viu que estava em um lugar cinzento com Gordon desmaiado ao seu lado.
O
lugar era pequeno e embolorado, com teias de aranha no teto e uma parede de
barras de aço separando-os da sala ao lado. Era iluminado por lampiões, não
dava para saber se era dia ou noite. A única entrada de ar era pelo pequeno
engradado da porta de ferro que levava à saída da sala.
Eles
estavam numa cela de cadeia. Mas eles não tinham feito nada de errado! Por que
estavam lá?
De
repente, William... espere, era Wallace... Não dava para saber. Só dava para
perceber a diferença quando os dois estavam juntos. É como dois tons de terra:
Separados, são apenas marrons, mas juntos um é marrom claro e o outro escuro.
Quem
quer que seja, entrou pela porta, segurando uma espingarda e uma pele de cobra
azul no ombro.
-
E aí, prisioneiros?
A
espingarda e a pele azul mostravam bem o que ele tinha feito com o coitado do
dragão.
-
Onde eu estou?
-
No que te interessa onde você está? Não vai sair mesmo! E se eu fosse você ficaria
feliz por estar aí. Eu falei pra Wallace para matarmos vocês de uma vez, mas
ele sugeriu que deixássemos vocês trancados até terminarmos a busca e eu disse
que tudo bem.
-
Para você eu sou vossa alteza. Há quanto tempo estou aqui?
-
VOCÊ está aqui faz uma noite. Agora vou salvar a princesa. Tchau, perdedor.
Ele
saiu da sala e bateu a porta.
-
Gordon! Gordon, acorde! – Rick disse, sacudindo Gordon.
-
Ahhhhhhhhhhhhh!!! – Gordon acordou assustado, olhou para Rick e se acalmou.
-
Quer me matar de susto?
-
Eu tive um pesadelo horrível! Dois homens pré-históricos nos levaram até a
caverna deles nos fazer de lanchinho!
-
Então seu sonho virou realidade.
-
O que? Voltamos até a idade das cavernas?
-
Claro que não. William e Wallace nos prenderam nesta cela de cadeia e só vão
nos soltar depois de salvarem a princesa.
-
Mas eles não podem fazer isso! E se eles morrerem no caminho? Ficaremos
embolorando aqui! E eu nem sei se ainda é noite!
-
William me falou que é dia, mas logo não saberemos mais.
-
Sem problemas! Para sair daqui eu só preciso das minhas coisas e... Oh não!
-
O que foi?
-
Eles pegaram minha mochila! Olha ela ali, atrás das grades.
-
Porcaria. – Rick sentou-se.
Ele
também não estava com as suas coisas.
-
Ei, quanto tempo você acha que eles demoram para salvar a princesa e voltar?
-
Não sei, mas com certeza mais do que a gente vai viver sem comida. – respondeu
Gordon.
Voltaram
à estaca zero. Deixá-los lá era tão horrível quanto mata-los de uma vez. A
única diferença é que assim eles tinham uma morte lenta e dolorosa num lugar
mofado.
O
príncipe Rick estava muito ocupado pensando em quanto gostaria de estar em casa
(ou palácio, no caso dele). Enquanto isso Gordon pegou um pedaço de pedra que
caiu da parede quebradiça.
-
Eu acho que estamos dentro de uma montanha, príncipe.
-
Por quê?
-
Veja bem: aqui não tem janelas e as paredes são de pedra.
-
Isso não ajuda muito.
-
Quem sabe a gente consiga cavar por baixo com esse pedaço de pedra?
-
Mas o chão também é de pedra!
-
Ou você pode ficar aqui sem fazer nada e esperar que uma princesa encantada
chegue.
-
Sabe que não é uma má ideia? E não me chame de ‘você’.
Gordon
bufou e se virou, tentando cavar a pedra. Ele ficou um minuto inteiro batendo
no chão, que baixou somente um milímetro.
-
Por que não me ajuda?
-
Ah –Rick espreguiçou – tudo bem.
O
príncipe pegou outra pedra e começou a bater no chão também.
-
Quanto tempo você acha que isso vai demorar? – perguntou Rick, ainda batendo.
-
Uns dois dias?
-
Não podemos fazer isso por dois dias! Ainda mais sem comida!
-
Não seja pessimista. Quem sabe algo aconteça.
E
eles cavaram até não conseguirem mais. Tinha se passado um bom tempo, mas eles
não tinham ideia de quanto era. Sim, que era dia eles sabiam, mas que horas do
dia? O dia que William falou pode ter sido de manhã até tarde. E ficaria ainda
pior se o combustível das lamparinas acabasse.
O
ar naquele lugar cheirava a mofo, que misturado com o suor deles deixava um
cheiro podre, que dava vontade de vomitar.
Isso
fez Rick se lembrar da vez em que ele estava num túnel embaixo da terra e
chegou uma minhoca gigante. Não, espere... Isso nunca aconteceu. Ele estava
enlouquecendo! Se ficasse mais um minuto naquele lugar iria pirar.
Pena
que ele não ficou ali.
Capítulo 5- o seu próprio túmulo
Um
rugido ensurdecedor ecoou pela cela. Os pedregulhos soltos lá dentro sacudiram e tudo
tremeu.
-
Opa... – Rick preocupou-se.
Houve
silêncio por dois segundos e então um olho gigante e totalmente vermelho os
espiou pelo engradado da porta. Rick e Gordon quase tiveram um ataque cardíaco.
Essa
coisa era um dragão amarelo. O mais resistente e forte dos dragões estava para
entrar na saleta, e se isso acontecesse, a montanha iria desmoronar com certeza.
O
dragão bateu na porta de ferro e ela se amassou. Mais uma batida daquela e ela
iria ser destruída.
Houve
mais um forte rugido, mais pedras caíram do teto e então o dragão soltou um fogo
que derreteu a porta por completo e ele entrou por ela.
O
dragão tinha aparência de um dragão robô, mas era bem vivo. Ele era amarelo com
detalhes pretos e seu corpo era repleto completamente por placas que pareciam
escudos. Incrivelmente bonito e perigoso.
Ele
começou a avançar em direção ao seu petisco. Rick e Gordon só não gritaram
porque não eram maricas e porque isso iria agravar ainda mais a destruição do
lugar.
A
fera correu e bateu com tudo nas barras de ferro, que se entortaram. Eles
correram para o outro lado da cela, e o dragão ficou tonto, mas logo se
recuperou.
Ele
abriu a boca e soltou fogo numa parte das barras, que derreteram. Ele entrou
por esse buraco, encurralando Rick e Gordon no outro lado.
O
dragão estava prestes a pegá-los, mas seus três metros de altura o
atrapalharam. Ele bateu a cabeça com tudo no teto, que começou a desmoronar.
Pedras
gigantes caíam do teto, mas mesmo assim Rick e Gordon escaparam da cela.
Rick
saiu afobado pela porta e saiu em outra sala, esta com uma janela em que
entrava um pouco da luz do sol. Ele precisava de ar puro. Depois de ter ficado
tanto tempo lá dentro ele precisava disso. As pedras ainda desmoronavam atrás
dele. Ele ouviu um grito. Foi só aí que ele se deu conta: Onde estava Gordon?
Ele
se virou e viu que tudo estava destruído. Não existia mais parede nenhuma,
apenas um monte de pedras amontoadas.
-
Gordon! Consegue me ouvir?
Um
gemido saiu de trás de uma pilha de pedras e Rick foi ver o que era.
Era
Gordon. Ele tinha parado para pegar a sua mochila com suas armas encantadas e
isso foi o suficiente para que pedras caíssem em cima dele e o impedissem de
andar.
Ele
tinha morrido. Gordon, sempre o ajudando. Ele era um bom servo, mas agora Rick
precisava seguir em frente. William e Wallace estavam muito adiantados e iriam
salvar a princesa antes dele.
Ele
levantou-se e virou, seguindo viagem, quando ouviu Gordon chamar:
-
Rick...
Ele
se virou. Estava muito perplexo para reclamar que ele o chamou de Rick ao invés
de príncipe Rick.
-
... você é o pior amigo do mundo!
-
Eu sou vossa alteza e...
-
Você, vossa alteza, o que importa! – Gordon se levantou – Você não me vê como
um amigo. Apenas como um serviçal, que tem que seguir suas ordens! Ninguém pode
ser seu amigo porque você não sabe o que é ser um amigo. Só existem servos para
você.
-
Não, eu não vejo. Você é um amigo muito leal, e eu preciso de você para salvar
a princesa!
-
E por que EU não posso ficar com a princesa?
-
O quê?
-
Você me ouviu.
-
Gordon, não diga isso. Desse jeito você vai se tornar um concorrente e...
-
Você nunca pensa nos outros! Já pensou que talvez a princesa não queira ficar
com você, mesmo salvando-a? Ninguém te suporta, Rick.
-
Você é que não colabora! – O príncipe já estava cheio disso – se não for
ajudar, vá embora.
-
E vou mesmo. – ele foi andando pelo caminho de volta.
-
E me dê a minha espada.
Gordon
jogou a espada para Rick de modo que ela quase cortou a sua cabeça.
Rick
pegou sua espada e se virou. Ele não precisava daquele idiota. Na verdade ele
quase não o ajudava. Herdando grande força, esperteza e espírito de liderança
característicos da realeza, ele era muito melhor e conseguiria passar por tudo
aquilo sem Gordon.
Ele
foi continuando sua jornada. Era meio-dia agora e ele iria andar até onde
desse.
O
sol estava escaldante e ele se arrependeu de ter seguido o conselho de Gordon e
deixar Rex voltar para casa.
Depois
de andar meia hora, suas pernas estavam doendo e sua cabeça poderia ser usada
para fritar ovos. Ele pensou que talvez Gordon tivesse algo para evitar o sol e
que conversar com ele espantaria o tédio.
Aquele
idiota? Era melhor morrer queimado do que ficar mais um minuto com ele.
Finalmente
Rick chegou a um caminho em que tinha muitas árvores. A jornada era longa e ele
simplesmente ficou andando o dia inteiro até começar a escurecer.
Estava
exausto. Depois de toda essa caminhada, merecia uma noite inteira de sono. Rick
começou a tirar as coisas de sua bolsa-carteiro, e só então percebeu que perto
dali tinham várias lápides de pedra.
Um
cemitério no meio do nada? Isso era bem estranho e ele foi conferir.
Já
estava escuro, mas ainda dava para ver as inscrições e ele foi lendo da direita
para a esquerda.
Meu
Deus! Eram os nomes dos cavaleiros que foram mandados para salvar a princesa!
Julius, Carlos, John... Isso era sinistro.
Era
um após o outro, mas teve um que chamou sua atenção: Numa lápide estava
escrito: Rick Bastav Kilan.
O
seu nome. O seu nome completo estava escrito naquela lápide! Como isso era
possível? Como sabiam que ele iria estar ali? Era simplesmente aterrorizante.
Ele ficou estático.
Foi
aí que ele percebeu: do seu lado estava uma linda moça, com pele branca e
cabelos negros e compridos.
Ela
usava um vestido rasgado na barra e um chapéu de bruxa e estava olhando para a
lápide em que estava escrito: Charlotte Blits. Seria o seu nome?
Ela
olhou para ele. Seus olhos azuis carregavam muita mágoa.
-
Você acha mesmo que vamos morrer nessa aventura?
-
Não sei... – ele pensou um pouco – Muito prazer, eu sou o príncipe de
Filadélfia, Rick Bastav Kilan.
-
É mesmo? Estou feliz em conhecer alguém da realeza. Eu sou Charlotte. – Ela
apertou a mão dele.
-
O que faz aqui?
-
Eu vim salvar a princesa. Sabe, ela era minha melhor amiga, quando aquele mago
horrível apareceu e nos separou. Desde então eu tenho estudado magia para
tentar salvá-la. – Charlotte mostrou sua varinha.
-
Ah, é mesmo? Eu também quero salvar a princesa! Que tal se nos tornarmos uma
equipe? Você e eu?
-
Eu... eu... eu não sei... – ela parecia indecisa.
-
Por que não?
Charlotte
correu para o outro lado, fugindo dele. Ela parecia muito triste.
Por
que forçá-la a ajudá-lo? Ele achou melhor não insistir e continuou lendo as
lápides. Lá também estavam os nomes de William e de Wallace. Finalmente alguma
coisa boa veio dali!
Rick voltou para o lugar em
que iria dormir, isto é, se conseguisse afastar da cabeça a ideia de que iria
morrer.
E aí? Gostaram do que leram?
Acho que vou publicar essa história de verdade *o*
Vou fazer desenhos para o livro.
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